quinta-feira, 30 de abril de 2009
Dead Man's Party
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Frank Miller, Sin City e The Spirit
segunda-feira, 20 de abril de 2009
The B-52's! Eu fui!
quarta-feira, 15 de abril de 2009
segunda-feira, 13 de abril de 2009
domingo, 12 de abril de 2009
A psicodélica arte de posters de Wes Wilson
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Esse país já era...
08/04/2009 - 08h03
Favela murada no Rio de Janeiro é "condomínio", diz secretária
ITALO NOGUEIRA
da Folha de S.Paulo, no Rio
A secretária estadual do Ambiente do Rio, Marilene Ramos, afirma que o plano de cercar 11 favelas na capital a fim de, oficialmente, proteger a mata deixará os moradores desses locais nas mesmas condições daqueles que vivem num condomínio. "É natural que seja cercado por um muro de três metros." Nesta entrevista àFolha, ela defende o projeto, que já recebeu críticas de ambientalistas, cientistas sociais e até do escritor português José Saramago.
FOLHA - Como foram escolhidas as favelas a serem cercadas?
MARILENE RAMOS - Foi questão de oportunidade. Na Rocinha [que será murada] há o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Nas ocupações que avançaram na mata e ainda estão rarefeitas, poderemos reverter o processo [retirada das famílias]. Vamos ter redução de 8% da área ocupada ali [na Rocinha]. No Dona Marta, decidimos [murar] após a ocupação policial. Lá tem uma área de risco com cerca de 50 famílias. A ideia é retirá-las e, para evitar reocupação, construir o muro.
FOLHA - Segundo o Instituto Pereira Passos (IPP), as 11 favelas escolhidas cresceram abaixo da média. No Dona Marta, houve queda. Por que elas serão muradas?
RAMOS - Os muros são para a redução da área das favelas, não são só para impedir que cresçam. Além do muro de concreto, vamos fazer um "virtual": um sistema de monitoramento com imagens de satélite para fiscalizar áreas muradas ou não. O IPP não tem instrumento para avaliar corretamente.
FOLHA - Monitoramento e fiscalização não bastariam?
RAMOS - Como são áreas em que estamos retirando ocupações e onde há um investimento grande sendo feito, pode não ser suficiente.
FOLHA - Como a sra. vê críticas de que o muro exclui a favela?
RAMOS - Não existe dentro da comunidade uma avaliação negativa. A maioria considera um delimitador importante para ajudá-los a controlar. Quando a ocupação avança, aumenta o risco para os que já estão lá.
FOLHA - Por que só nas favelas da zona sul, se na oeste elas cresceram mais proporcionalmente?
RAMOS - Muros são para problemas específicos, localizados, não são solução geral.
FOLHA - Por que três metros?
RAMOS - Qualquer terreno é cercado por muro de três metros de altura. Você mora num condomínio com muro de três metros. Uma comunidade como aquela é um condomínio. É natural que ele seja cercado por um muro de três metros.
FOLHA - Ambientalistas dizem que melhor seria conscientizar a população a não invadir.
RAMOS - Tiramos 200 t de lixo por mês dos rios que cortam áreas com coleta de lixo diária. A gente faz educação ambiental, mas não se muda uma geração que conviveu com o desmando de um dia para o outro. Presidentes das associações falam: "Quem invadiu foi um parente de traficante. Não posso ir falar". É difícil, numa situação em que há forças usando [fuzil] AR-15, trabalhar só com educação ambiental. Só [o líder indiano Mahatma] Gandhi.
FOLHA - Com essa força, não seria difícil destruir um muro.
RAMOS - Não que não vá abrir um buraco, [usar] uma escada. Mas sinaliza à comunidade que o limite é ali.