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segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Ilustrações de Henrique Alvim Corrêa para Guerra dos Mundos - 1906

Em 1906 o ilustrador brasileiro, e radicado na Bélgica, Henrique Alvim Corrêa fez 130 ilustrações para uma edição de luxo do livro Guerra dos Mundos de H.G. Wells.































terça-feira, 26 de abril de 2016

Esse ou esse?



Quando eu comecei a escrever o L'Hippopotame lá em 2007 era bem comum a interação entre blogueiros, um indicado o blog do outro para memes, prêmios, desafios, enfim... saudade desses tempos. Desde 2010 que eu não participava de algo do gênero. Até essa semana que fui indicada pela Renata do blog Amor por Livros para participar do desafio "Esse ou esse?".
A maioria dos livros indicados eu não li, dos sete li um e assisti os filmes de outros dois, então dei uma pesquisada para poder opinar sobre cada um.

As regras do desafio são as seguintes:

- Colocar o blog que te indicou no início do post;
- O livro que dá início é o livro ganhador da pessoa que te indicou;
- Seguindo a lista de livros indicados pela pessoa que te passou a TAG, você deverá ir escolhendo de acordo com a ordem: pode deixar o livro que lidera a batalha ou escolher a nova opção dada e abaixo explica o porquê;
- Uma vez que tenha o seu livro ganhador, escolha você sete livros e sete blogs para repassar a TAG

Vamos lá.

Livro vencedor da batalha da Rê


1º Round: Crime e Castigo X Manuscritos do Mar Morto

 x

Não li nenhum dos dois. Crime e Castigo, por ser um livro de um autor russo clássico do século XIX não deve ser exatamente um livro fácil de ler. Manuscritos do Mar Morto me parece ser um livro bem na vibe Código da Vinci. Eu leria os dois, mas fico com Crime e Castigo que é mais pesado e profundo. (ui) 

2º Round: Crime e Castigo X O Último Judeu

 X 

O Último Judeu: "Este livro de aventura traz os horrores da Inquisição e a história de Yonah Helkias Toledano, o último judeu da Espanha no final do século XV, que com apenas treze anos está sozinho após presenciar o assassinato de sua família e a fuga de sua gente."
Apesar de ser um livro que eu também leria, ainda fico com Crime e Castigo.

3º Round: Crime e Castigo X O Apanhador de Sonhos


 X 

Não li O Apanhador de Sonhos, mas assisti o filme. O filme tem umas partes ótimas e umas absurdamente péssimas. Mas, como Stephen King é o meu escritor favorito, depois do Marido, é claro <3 com="" ele.="" ficar="" p="" vou="">


4º Round: O Apanhador de Sonhos X O Sol é para Todos

 X 

Escolha dificílima. Não li O Sol é para Todos, mas o filme é maravilhoso. Além de ser um daqueles livros que estão em todas as listas de "obrigatórios". Vou ficar com ele.

5º Round: O Sol é para Todos X Não Conte a Ninguém

 

Não Conte a Ninguém é um livro de suspense que parece ser bem interessante, daqueles que a gente devora. Eu leria fácil. Mas ainda fico com O Sol é para Todos.

6º Round: O Sol é para Todos X O Anatomista

 X 

O Anatomista é um romance, gênero que não sou muito fã. Então ainda fico com O Sol é para Todos.

7º Round: O Sol é para Todos X Orgulho e Preconceito

 x 

Li Orgulho e Preconceito faz pouco tempo. Eu gostei bastante do livro, mas acredito que gostaria mais de O Sol é para Todos.

Vencedor



Bom, eu vou burlar a última regra e não vou indicar ninguém, mas estejam à vontade para fazer também e comentar aqui depois. Vou deixar abaixo sete livros indicados pra quem quiser participar.

- O Iluminado
- Um Estudo em Vermelho
- Julie & Julia
- O Xangô de Baker Street
- Morte Súbita
- Nu, de botas
- I am Ozzy

domingo, 4 de dezembro de 2011

The Raven

O CORVO
Edgar Allan Poe (1845) - Tradução: Fernando Pessoa

Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste, 
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais, 
E já quase adormecia, ouvi o que parecia 
O som de alguém que batia levemente a meus umbrais 
«Uma visita», eu me disse, «está batendo a meus umbrais. 
É só isso e nada mais.» 

Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro, 
E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais. 
Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada 
P'ra esquecer (em vão) a amada, hoje entre hostes celestiais — 
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais, 
Mas sem nome aqui jamais! 
Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo 
Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais! 
Mas, a mim mesmo infundindo força, eu ia repetindo, 
«É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais; 
Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais. 
É só isso e nada mais». 

E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante, 
«Senhor», eu disse, «ou senhora, decerto me desculpais; 
Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo, 
Tão levemente batendo, batendo por meus umbrais, 
Que mal ouvi...» E abri largos, franquendo-os, meus umbrais. 
Noite, noite e nada mais. 

A treva enorme fitando, fiquei perdido receando, 
Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais. 
Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita, 
E a única palavra dita foi um nome cheio de ais — 
Eu o disse, o nome dela, e o eco disse aos meus ais. 
Isto só e nada mais. 

Para dentro estão volvendo, toda a alma em mim ardendo, 
Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais. 
«Por certo», disse eu, «aquela bulha é na minha janela. 
Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais.» 
Meu coração se distraía pesquisando estes sinais. 
«É o vento, e nada mais.» 

Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça, 
Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais. 
Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento, 
Mas com ar solene e lento pousou sobre meus umbrais, 
Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais. 
Foi, pousou, e nada mais. 

E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura 
Com o solene decoro de seus ares rituais. 
«Tens o aspecto tosquiado», disse eu, «mas de nobre e ousado, 
Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais! 
Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais.» 
Disse-me o corvo, «Nunca mais». 

Pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro, 
Inda que pouco sentido tivessem palavras tais. 
Mas deve ser concedido que ninguém terá havido 
Que uma ave tenha tido pousada nos seus umbrais, 
Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais, 
Com o nome «Nunca mais». 

Mas o corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto, 
Que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais. 
Nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamento 
Perdido, murmurei lento, «Amigo, sonhos — mortais 
Todos — todos lá se foram. Amanhã também te vais». 
Disse o corvo, «Nunca mais». 

A alma súbito movida por frase tão bem cabida, 
«Por certo», disse eu, «são estas vozes usuais. 
Aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandono 
Seguiram até que o entono da alma se quebrou em ais, 
E o bordão de desesp'rança de seu canto cheio de ais 
Era este «Nunca mais». 

Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura, 
Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais; 
E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneira 
Que qu'ria esta ave agoureira dos maus tempos ancestrais, 
Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais, 
Com aquele «Nunca mais». 

Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendo 
À ave que na minha alma cravava os olhos fatais, 
Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinando 
No veludo onde a luz punha vagas sombras desiguais, 
Naquele veludo onde ela, entre as sombras desiguais, 
Reclinar-se-á nunca mais! 

Fez-me então o ar mais denso, como cheio dum incenso 
Que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais. 
«Maldito!», a mim disse, «deu-te Deus, por anjos concedeu-te 
O esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais, 
O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!» 
Disse o corvo, «Nunca mais». 

«Profeta», disse eu, «profeta — ou demónio ou ave preta! 
Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais, 
Dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vida 
Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais, 
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!» 
Disse o corvo, «Nunca mais». 

«Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!, eu disse. «Parte! 
Torna à noite e à tempestade! Torna às trevas infernais! 
Não deixes pena que ateste a mentira que disseste! 
Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais!» 
Disse o corvo, «Nunca mais». 

E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda 
No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais. 
Seu olhar tem a medonha dor de um demónio que sonha, 
E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão mais e mais, 
E a minh'alma dessa sombra, que no chão há mais e mais, 
Libertar-se-á... nunca mais!

*leia o original The Raven aqui

The Raven tem estreia prevista para 9 de março de 2012 nos EUA. 


*se o vídeo não apareceu clique aqui