sábado, 26 de janeiro de 2008

Heaven to Hell


Está acontecendo em São Paulo, no MuBE, desde o dia 23 de janeiro, a exposição do fotógrafo surrealista pop kitsch David LaChapelle.
Nascido em 1963, seu primeiro emprego como fotógrafo foi com o ícone da pop art Andy Warhol (1927 - 1987) para a revista Interview em 1984. Grandes fotógrafos como Richar Avedon e Helmut Newton admiravam seu trabalho.
A exposição "Heaven to Hell - Belezas e Desastres" traz 25 fotografias divididas em retratos de famosos e composições feitas para publicidade e revistas. Em suas fotos, LaChapelle gosta de mostrar figuras comuns no meio de ambientes caóticos e bizarros onde o contraste das figuras e as cores fortes são sua marca. Outra parte da exposição traz videoclipes dirigidos ele.
Também será exibido o documentário "Rize", que abriu o festival de cinema de Sundance em 2005. Nele, LaChapelle retrata o "krumping", estilo de dança frenético dos subúrbios de Los Angeles.
Ainda não fui na exposição, então não vou deixar uma crítica pessoal, mas acho que vale a pena dar uma conferida.


Marilyn Manson

Tommy Lee

Madonna

Madonna

Cher

Alexander MacQueen: Burning Down The House - 1996

Death by Hamburger - 2001

Milk Maidens - 1996

Last Supper - 2003

Sermon - 2003

Lonely Doll I - 1998

Redeeming Paradise - 1999

Can you help us? - 2001

When the World is Through - 2005


Natural Blues - Moby - 2000


It's My Life - No Doubt - 2003


Filme Rize - 2005


DAVID LACHAPELLE, "HEAVEN TO HELL - BELEZAS E DESASTRES"
Onde: MuBE - av. Europa, 218, Jardim Europa, São Paulo (um serviço de vans transportará visitantes do estacionamento coberto do Shopping Iguatemi para o museu diariamente, a partir das 13h)
Quando: de 24 de janeiro a 5 de fevereiro, terça a domingo das 10h às 19h
Quanto: grátis

domingo, 20 de janeiro de 2008

Circo de horrores

A televisão brasileira é um lixo. Não tem quase nada que preste. Talvez um ou outro programa da TV Cultura e olhe lá.
Reality shows, novelas, programas para donas de casa, telejornais formadores de opinião, programas cômicos bizarros, programas pró-violência e os infelizes programas infantis.
Nesta última categoria se encaixa o Horror Show que o Sistema Brasileiro de Televisão chama de Sábado Animado e que é apresentado por uma menininha que dá medo chamada Maísa. Ver esta menina falando na televisão é chocante. Como alguém pode sujeitar uma criança a este tipo de humilhação pública? E o pior é que as pessoas gostam! Com certeza os pais dela olham para a tela orgulhosos da sua criação (ou seria melhor dizer criatura?). Pelos trejeitos, ela deve assistir tv 24 horas por dia. E o pior é que ela, ainda por cima, é mal-educada. E isso é o que milhares de crianças assistem e pegam como exemplo.

Abaixo o vídeo do programa. Ugh...


quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Crítica através da imagem

Chris Jordan é um fotógrafo americano que faz belíssimas imagens com objetos repetidos, cores e texturas. E através dessas imagens ele faz críticas à sociedade consumista e mostra números impressionantes do impacto dessas coisas sobre as pessoas e o mundo.

- Running the Numbers - An American Self-Portrait (2006 - 2007):

Skull With Cigarette, 2007 - Baseado em uma obra de Van Gogh
200.000 caixinhas de cigarros que equilvalem ao nº de americanos que morrem por causa do cigarro a cada 6 meses.






Plastic Bottles, 2007
2.000.000 de garrafas de plástico. É o nº de garrafas que os americanos usam a cada 5 minutos (!).





Cans Seurat, 2007
106.000 latas de alumínio. É o número de latas que os americanos usam a cada 30 segundos (!!).





Ben Franklin, 2007
125.000 notas de U$ 100 (U$ 12.5 milhões). É quanto o governo dos EUA gasta por hora (!) na guerra do Iraque.




No site dá para ver mais duas exposições:

- Intolerable Beauty - Portraits of American Mass Consumption (2003-2005)

Crushed cars #2, Tacoma 2004

- In Katrina's Wake - Portraits of Loss From an Unnatural Disaster (2005)

Remains of a business, St. Bernard Parish


* dica super bacana de post enviada pelo meu colega blogueiro Mauricio Meurer do blog Neurônio Nervoso.

Blog Cabeça nas Nuvens


Esqueci de fazer as minhas 5 indicações para o Blog Cabeça...

Neurônio Nervoso - Blog D+ do Mauricio Meurer. Sou grande fã.
Imagem, papel e fúria - Blog do Tarcízio Silva. Como o próprio nome já diz, fala sobre imagem, papel e fúria! Muito bom.
Frenesi - Blog do futuro jornalista e escritor Gabriel Leite. Como ele mesmo diz "Um blog feito para e sobre pessoas interessantes".
Novelo Digital - Blog do Fernando Assad sobre assuntos super interessantes sobre pessoas e coisas super interessantes.
Pequeno Inventário de Impropriedades - Blog do Max Reinert. Textos muito bons.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Palavras do mestre

Neste texto, Oscar descreve um projeto dele. Prestem atenção como, para ele, projetar é pura poesia. Ele conta a história de Luís Carlos Prestes e vai falando sobre a relação dos visitantes com o edifício ao mesmo tempo.
No início do texto, ele fala sobre o peso dos seus 100 anos. Belíssimo.


TENDÊNCIAS/DEBATES

Não basta louvar

OSCAR NIEMEYER

O projeto que fiz do memorial de Luís Carlos Prestes é, a meu ver, obra tão especial que vale a pena explicá-la um pouco

Hoje, lembrando os dias de folga que o fim de ano nos assegura, sinto que alguma coisa me foi possível realizar.
Não tinha nenhum programa preestabelecido. O meu aniversário, uma semana antes, havia sido muito movimentado, e centenas de amigos me procuraram para me abraçar na casa das Canoas. O meu desejo era evitar tudo isso, e festejar um centenário me parecia pesado demais. Não que o passado me entristecesse, mas como me revolta lembrar as velhas amizades perdidas para sempre...
Como eu esperava, os amigos insistiram e acabei ficando o dia todo por lá, onde, sem festa nem música, atenderia os que aparecessem. E, passado tudo isso, foi no meu apartamento de Ipanema que me deixei ficar, um pouco cansado do que ocorrera, mas surpreso ao constatar que, como se tivesse estado no escritório, havia projetado o memorial de Prestes e lera dois livros extraordinários.
O primeiro é uma novela do poeta português Manuel Alegre, "Cão como Nós", que muito me comoveu. Uma história simples de um cachorro que acompanhou o seu narrador por muitos anos e que com ele se entendia tão bem que só faltava falar. É nessa procura de comunicação, de se compreenderem melhor, que o texto se desenvolve -em linguagem de qualidade literária tal que não raro pedia a Vera, minha mulher, para repetir trechos pelo prazer de os ouvir outra vez.
O outro livro, que recebi de presente do meu amigo Fernando Balbi, é uma coletânea de artigos de José Luís Fiori ("O Poder Global"), tão atualizados e esclarecedores que todo jovem brasileiro deveria conhecê-los. Fiori expõe sua posição progressista sobre as contradições do mundo globalizado e a onda neoconservadora que cresce por toda parte, com forte apoio do governo norte-americano.
Mas não foi só a leitura que me ocupou, mas principalmente o projeto que fiz do memorial de Luís Carlos Prestes, a ser construído no Sul do país. É, a meu ver, obra tão especial que vale a pena explicá-la um pouco.
Um trabalho que não se baseou, como de costume, num programa construtivo, mas na idéia de criar um elemento principal e único: uma parede que, cheia de curvas e retas inesperadas, atravessando em diagonal um retângulo de vidro do edifício (de lado a lado), possa lembrar aos visitantes as etapas fundamentais da vida desse grande brasileiro. A fachada simples e retilínea de vidro do edifício marcaria, com a parede interna tão movimentada, o contraste que a boa arquitetura procura muitas vezes exibir.
Junto da entrada, a parede com textos e imagens começa a mostrar aos visitantes os inícios da vida de Prestes, quando, oficial do Exército, era incumbido de acompanhar obras em construção no Rio Grande do Sul -aí surge, já com 26 anos, severo como sempre foi, Prestes a reclamar da maneira pouco correta com que os trabalhos estavam sendo desenvolvidos.
Não recebendo resposta às denúncias que fazia, foi pouco a pouco sentindo que uma solução burocrática a nada conduzia, mas que os problemas do país tinham de ser resolvidos por meio de uma revolução. E a Coluna Prestes apareceu naturalmente como a única maneira de enfrentar as questões políticas e sociais existentes.
Passo a passo, os visitantes vão tomando conhecimento dessa marcha extraordinária, da coragem desse grupo de patriotas a resistir por tanto tempo às forças repressivas. Logo em seguida, Prestes é obrigado a se exilar -na Bolívia e, depois, na Argentina, seguindo mais tarde para a União Soviética, quando, já sintonizado com o pensamento de Marx, dá à revolução um sentido mais amplo e universal.
A parede vai se escurecendo e, num ambiente mais fechado e sombrio, aparece o período da prisão, em que ele permanece nove anos incomunicável. E, como para agravar tanta tristeza, em 1936, sua mulher, Olga Benário, presa e grávida, é enviada criminosamente a um campo de concentração na Alemanha, onde seria morta numa câmara de gás em 1942; sua filha, Anita, após grande campanha internacional desencadeada pela mãe de Prestes, é afinal entregue à avó.
Quanta maldade! Impressionados com tanta violência, os visitantes param consternados; é a luta política com seus momentos de glória e horror. A guerra acabara. Vitoriosos, os soviéticos entram em Berlim. Um clima de otimismo se espalha. No Brasil, Prestes é anistiado, e o Partido Comunista Brasileiro conquista a legalidade. É a época dos grandes comícios, da campanha pela Constituinte.
A parede vermelha, que, de acordo com os acontecimentos, vai mudando de cor, escurece outra vez. Diante dela, comovidos, os visitantes constatam que o momento de euforia passara. Em 1947, o TSE cancela o registro do PCB e, a seguir, cassa os mandatos dos parlamentares comunistas -entre eles, Prestes. Era a reação anticomunista que recomeçava, implacável.
Prestes passa a atuar na clandestinidade. Com o golpe militar de 1964, seus direitos políticos são cassados. A história caminha para o fim.
Atentos, os visitantes seguem o relato emocionante. Começa um novo exílio, que se estende até 1979; de volta, apóia as Diretas-Já, solidarizando-se com a candidatura de Tancredo Neves. O tempo passa e, altivo e corajoso como sempre, vem a morrer em 1990; postumamente, Prestes é anistiado pelo Exército e promovido a coronel.
Como arquiteto, vejo, satisfeito, que meu projeto vai contribuir para manter viva a memória de Luís Carlos Prestes, um brasileiro que lutou em favor de seu povo, contra a miséria e a desigualdade social que, infelizmente, ainda persistem em nosso país.
Reli este texto e sinto que não basta louvar o passado. O importante é continuar essa luta por um mundo melhor que o império de Bush procura em vão obstruir.


OSCAR NIEMEYER, 100, arquiteto, é um dos criadores de Brasília (DF). Tem obras edificadas na Alemanha, Argélia, EUA, França, Israel, Itália e Portugal, entre outros países.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Blog Cabeça


Recebi a indicação para o prêmio "Blog Cabeça" do Fábio Buchecha do blog TemPraQuemQuer. Muito obrigada Fábio! Fico lisongeada com todas essas indicações! É muito legal saber que alguém lê e gosta do que eu escrevo.

sábado, 12 de janeiro de 2008

"Ladies and Gentlemen, from Los Angeles, California: THE DOORS!!!"


Jim Morrison era muito louco. Jim Morrison era um poeta. Jim Morrison era um gênio. Jim Morrison era o rei do rock lisérgico.

Nasceu em 8 de dezembro de 1943 (estaria hoje com 64 anos), em Melbourne, Flórida. Em 49, quando passava com os pais por uma estrada nas Montanhas Rochosas, o carro se deparou, em meio a uma tempestade, com um caminhão tombado na estrada e diversos índios pueblos agonizavam no chão. Jim nunca mais esqueceu esta cena. A música Riders on the Storm foi inspirada nela. Mais tarde, ele definiria como "o momento supremo de sua vida" e afirmava que a alma do xamã índio, que tinha acabado de morrer, havia passado para seu corpo. Daí podemos explicar porque ele tratava os shows como cerimônias.
Em 1964 entrou para a UCLA (Universidade da California) no Departamento de Cinema. Era colega de classe de Francis Ford Coppola. Não chegou a se formar.
Em 1965, ano em que conheceu sua namorada Pamela Courson, formou, junto com tecladista Ray Manzarek, a banda The Doors.
Jim era um grande consumidor de substâncias lisérgicas, dopadoras e anestésicas. Bebia muito. Tomava ácido sempre. Grande fã de peyote (conhecida também como mescalina). Costumava citar Rimbaud: "Embriaguês sagrada: te afirmamos método!". Foi preso diversas vezes em suas performances por desacato à autoridade e principalmente por atentado ao pudor. Ele adorava tirar a roupa no palco e instigar o público a fazer o mesmo.
Mesmo estando constantemente fora da realidade escreveu músicas (poesias) incríveis. Gloria (a original é de um cantor irlandês de celtic soul chamado Van Morrison), The End, L.A. Woman, Moonlight Drive, The Crystal Ship, Alabama Song, People are Strange e a clássica Light My Fire são apenas um pequeno exemplo de um repertório fenomenal. Se eu fosse escrever aqui todas as que eu gosto teria que colocar a discografia interia que não é pequena... Seus arranjos tiveram influência do jazz, da bossa nova, da música indiana, ...
Jim morreu em 71, em Paris, quando já estava completamente junkie(e tinha apenas 27 anos). A versão oficial diz que morreu de overdose de heroína. A teoria da conspiração diz que a CIA americana matou Jim, Hendrix e Janis Joplin (os três morreram entre 70 e 71 e com 27 anos/28 anos) por serem grandes formadores de opinião para os jovens. Seu corpo foi encontrado por Pamela e enterrado às pressas, apenas com a namorada presente, no cemitério Père-Lachaise, em Paris.

O The Doors era formado por:

- Jim Morrison (James Douglas Morrison) - vocal
- Ray Manzarek (Raymond Daniel Manzarek) - teclados
- John Densmore (John Paul Densmore) - bateria
- Robert Krieger (Robert Alan Krieger) - guitarra


famosa foto de Jim Morrison tirada por Joel Brodsky

The Doors

Jim e Pamela


Gloria


The End


L.A. Woman


Moonlight Drive


The Crystal Ship


Alabama Song


People are Strange


Light my Fire

I Concurso Blogger Brasil


É com muito orgulho que anuncio aqui que sou uma das finalistas do I Concurso Blogger Brasil na categoria "outros". Para o meu blog, que ainda engatinha, isso é realmente gratificante.
Hoje vou para cama com o ego inflado... hehehe

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Escola de grandes mestres


O nome Bauhaus não designa – como cubismo, construtivismo ou neoplasticismo – uma escola ou movimento estético dentro do vocabulário artístico contemporâneo. Se o tomarmos sob esse ângulo, teremos de admitir que o nome Bauhaus designa mais que isso e que, nesse sentido, trata-se de uma revolução no seio mesmo desses movimentos renovadores. Como observa Giulio Carlo Argan, nas formas da Bauhaus encontramos sinais de todos os movimentos modernos anteriores ou contemporâneos dela. Todos movimentos estéticos modernos revelam uma afinidade subjacente no esforço de fazer da arte a expressão vivia da época: reagem à noção de arte pela arte e devolvem-lhe o sentido de necessidade social. A Bauhaus não contradiz essa posição, mas propõe um programa e um objetivo claros para esse esforço. Ela coloca em termos definidos o vasto problema que os verdadeiros artistas enfrentam intuitivamente. A Bauhaus foi o ponto de confluência não apenas das tendências estéticas modernas, mas principalmente da arte individual. O problema que se põe é o de estender essa revolução estética à vida cotidiana mesma, através da criação de formas-tipo para os objetos de uso, formas essas, cujas qualidades estéticas fossem fruto legítimo dos processos de fabricação industrial. Devolver ao artista o lugar que lhe cabe na sociedade.
A primeira Bauhaus foi fundada em Weimar (Alemanha) em 1919 por Walter Gropius. Já em 1910, o jovem Gropius e seu mestre, o arquiteto Behrens, escreveram um Memorando acerca de pré-fabricação industrial de casa sobre uma base artística unificada. Em 1907, a Deutsche Wekbund, criada por Hermann Muthesius, já tentara reunir artesanato e indústria e aplicar à fabricação em série as formas inventadas pelos artistas e artesãos. O arquiteto belga Henry van de Velve que, em 1902, fundou em Weimar a Escola de Artes e Ofícios, em 1914, ao deixar a direção dessa escola, indicou o nome de Gropius para substituí-lo. Gropius admitiu aceitar o cargo, desde que lhe fossem dados plenos poderes para reorganizar a escola. Essa reorganização previa a fusão da Escola de Artes e Ofícios e da Academia de Belas Artes numa só instituição. Inaugurou em abril de 1919 a nova escola com o nome de Das Staatliche Bauhaus Weimar.
Pelo próprio programa, a nova instituição tinha de repelir os antigos professores de Belas Artes que apenas sabiam preparar parias, indivíduos que, às vezes dotados de algum talento artístico, saíam dali ignorando todos os problemas formais e técnicos relacionados com o mundo cultural em que viviam.
Mas esse golpe de audácia não ficaria sem reação, e em breve Gropius sentiria a terrível pressão que, através dos políticos e dirigentes de indústrias, exercia-se contra a Bauhaus.
Em 1923, Gropius organizou uma exposição dos trabalhos realizados pelos alunos da escola, e lançou um manifesto em que fazia a crítica do ensino artístico da época e expunha as idéias básicas da reestruturação que propunha. Quando, em dezembro de 1924, O Governo ordenou o fechamento da escola, os alunos comunicaram ao governador que deixariam a Bauhaus, solidários com os seus dirigentes.
Com a notícia do fechamento da escola, Gropius recebe inúmeros convites de vários pontos da Alemanha para instalar a Bauhaus. Decide-se por Dessau, importante centro industrial do país, onde as aspirações da escola encontrariam melhor campo para se concretizar. Instalando-se provisoriamente nas dependências da Escola de Artes e Ofícios de Dessau e no Museu de Arte, em 1926, concluía-se o conjunto de edifícios projetado por Gropius para a sede da instituição. Esses edifícios da Bauhaus – construídos com a participação dos alunos da fase de Weimar – são hoje considerados a obra mais importante do arquiteto e um dos monumentos da arquitetura moderna.
A mudança para Dessau marcou uma nova fase da Bauhaus, não só porque, de mera criação de modelos, passou-se à realização industrial dos mesmos, como também pela revisão do programa dos cursos.
Não obstante, Gropius continua a enfrentar, além dos problemas internos da escola, a pressão exterior dos círculos reacionários de Dessau. Em 1928, renuncia definitivamente à direção da Bauhaus, Oferecendo a cabeça para salvar a instituição. Recomenda para seu sucessor o arquiteto suíço Hannes Meyer, que àquele tempo dirigia o departamento de arquitetura. Meyer continuou como diretor até junho de 1930, quando foi obrigado a exonerar-se, entregando a direção da Bauhaus ao arquiteto Mies van der Hohe.
Nesse ano, a escola transferiu-se para Berlim, fugindo à pressão política de Dessau, mas ali foi fechada definitivamente pelas autoridades nazistas em 1933.
No entender de Gropius, o ensino acadêmico alienava o artista do mundo da indústria e do artesanato, isolando-o dentro da coletividade. Era preciso lançar uma ponte entre esses dois mundos e reintegrar o artista em seu meio, reintegrando arte e artesanato, arte e indústria, num mesmo movimento produtivo. Com essa intenção, foi organizado o programa de cursos da Bauhaus.
O curso procurava libertar o poder criador do indivíduo, quebrando-lhe a visão convencional através da análise de períodos estilísticos e do estímulo a experiências e descobertas pessoais. Pelo fato mesmo de se tratar, aqui, da libertação das qualidades individuais, o curso preliminar não compreendia o trabalho em equipe, que era um dos pontos fundamentais do ensino da Bauhaus.
O problema que se põe, inicialmente, para a Bauhaus, é o de que, como ela própria reconhecia, o artesão e o artista na época moderna tinham-se isolado.
Para Gropius parecia sem sentido lançar o artista na indústria sem antes lhe dar um preparo artesanal, restabelecendo nele o elo rompido entre o trabalho artesanal e a produção industrial.
O objetivo do ensino técnico e artesanal era, pois, o de possibilitar o trabalho em equipe num alto nível estético e o de preparar o aluno para a criação de modelos para a produção em massa.
A Bauhaus propunha um conhecimento experimental e teórico das qualidades fenomenológicas da forma, da cor, do espaço.
Gropius foi muitas vezes acusado de tentar submeter a arte às limitações da máquina mas, como ele próprio disse e repetiu muitas vezes, sua intenção era preparar homens capazes de impor ao produto mecânico uma qualidade estética e com isso salvar o homem da mecanização total.
A Bauhaus afirmava que a sociedade estava enferma e que a arte dessa sociedade refletia-lhe a doença.
Para que se compreenda a influência da Bauhaus é preciso atentar para o sentido que orienta o ensino bauhausiano: a redescoberta dos elementos primeiros da linguagem visual, livres de qualquer alusão figurativa.
A Bauhaus absorveu as experiências dos artistas modernos anteriores a ela, aprofundou-as e lhes deu um fundamento e uma função prática. Tinha em vista a preparação artesanal, estética e técnica de homens que assim poderiam desempenhar mais tarde o papel de arquitetos, gráficos, etc.
Gropius recordava que ‘o propósito da Bauhaus nunca foi propagador de estilo’.
As escolas de belas artes estão mais perto do artesanato medieval do que Gropius o supunha. O equívoco dessas escolas é desconhecer o conceito novo e dinâmico de arte e de não confundi-la com o de artesanato. Daí a sua alienação cultural e social. O objetivo da Bauhaus, oculto sob muitas de suas afirmações pragmáticas, é o de instaurar o fator estético – a arte – como valor fundamental da sociedade.

Alguns nomes de professores e artistas da Bauhaus: Walter Gropius, Marcel Breuer, Wassily Kandinsky, Paul Klee, entre outros gênios.






* esse texto é um resumo de um texto que eu li na faculdade o qual, vergonhosamente, eu não lembro do nome e nem do autor.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Curta um curta

Para quem gosta de cinema e de curtas, o site Porta Curta Petrobrás é um prato cheio. Lá você pode assistir centenas de curta metragens, sendo que a maioria são premiados.
Um exemplo é o curta "Ilha das Flores". Uma produção de 1989, dirigida pelo Jorge Furtado, que mostra a tragetória de um tomate desde a sua colheita, até a sua ida para o lixo. Nesse processo ele vai mostrando as diferenças sociais pelas quais o tomate vai passando.

O link eu peguei no YouTube, mas o legal é acessar os site.


domingo, 6 de janeiro de 2008

Irmãos Coen

Joel e Ethan Coen são dois cineastas americanos que dirigem e escrevem filmes onde o humor-negro quase sempre está em destaque.
Títulos como "O homem que não estava lá - The man who wasn't there", "E aí meu irmão, cadê você? - O Brother, where are thou?", "Matadores de Velhinha - The ladykillers", "Fargo - Uma comédia de erros - Fargo", "Arizona nunca mais - Raising Arizona", entre outros, são de autoria deles. Aliás, vi todos estes e recomendo. O humor dos irmãos Coen é refinadíssimo com sacanas brilhantes. Em todos eles os protagonistas são bandidos que se dão muito mal. Apenas em "O homem que..." o protagonista não era o bandido, mas... Aliás, este filme foi feito em p/b e com isso ficou com um clima noir.
Em todos o elenco é sempre muito bom. Nomes como Billy Bob Thornton, Nicolas Cage, Tom Hanks, John Turturro, Steve Buscemi, Willian Macy, e etc, são constantes nos créditos.



Fargo


O homem que não estava lá


E aí meu irmão, cadê você?


Arizona nunca mais

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Arte flutuante

Alexander Calder (1898-1976) foi um dos grandes mestres geniais da escultura moderna. Ele desenvolveu um novo método de fazer esculturas flexionando e torcendo fios. Ele fez objetos tridimensionais flutuarem. Ele inventou os móbiles e os estábiles.
A leveza de sua obra é belíssima e magnífica. Ele encontrava o equilíbrio perfeito com fios e objetos.
Se dedicou também em fazer enormes esculturas com chapas de aço para praças públicas.
No começo de sua carreira fazia pequenas e graciosas esculturas experimentando diversos tipos de materiais. Também fez desenhos, pinturas e jóias mostrando seu talento como um artista completo.
Vale a pena dar uma olhada no site da Fundação Calder. São muitos os seus trabalhos e todos são sensacionais. Me exaltei e acabei colocando um monte deles aqui...


1930-1936











1937-1945









1946 - 1952






1953 - 1976