sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Escola de grandes mestres


O nome Bauhaus não designa – como cubismo, construtivismo ou neoplasticismo – uma escola ou movimento estético dentro do vocabulário artístico contemporâneo. Se o tomarmos sob esse ângulo, teremos de admitir que o nome Bauhaus designa mais que isso e que, nesse sentido, trata-se de uma revolução no seio mesmo desses movimentos renovadores. Como observa Giulio Carlo Argan, nas formas da Bauhaus encontramos sinais de todos os movimentos modernos anteriores ou contemporâneos dela. Todos movimentos estéticos modernos revelam uma afinidade subjacente no esforço de fazer da arte a expressão vivia da época: reagem à noção de arte pela arte e devolvem-lhe o sentido de necessidade social. A Bauhaus não contradiz essa posição, mas propõe um programa e um objetivo claros para esse esforço. Ela coloca em termos definidos o vasto problema que os verdadeiros artistas enfrentam intuitivamente. A Bauhaus foi o ponto de confluência não apenas das tendências estéticas modernas, mas principalmente da arte individual. O problema que se põe é o de estender essa revolução estética à vida cotidiana mesma, através da criação de formas-tipo para os objetos de uso, formas essas, cujas qualidades estéticas fossem fruto legítimo dos processos de fabricação industrial. Devolver ao artista o lugar que lhe cabe na sociedade.
A primeira Bauhaus foi fundada em Weimar (Alemanha) em 1919 por Walter Gropius. Já em 1910, o jovem Gropius e seu mestre, o arquiteto Behrens, escreveram um Memorando acerca de pré-fabricação industrial de casa sobre uma base artística unificada. Em 1907, a Deutsche Wekbund, criada por Hermann Muthesius, já tentara reunir artesanato e indústria e aplicar à fabricação em série as formas inventadas pelos artistas e artesãos. O arquiteto belga Henry van de Velve que, em 1902, fundou em Weimar a Escola de Artes e Ofícios, em 1914, ao deixar a direção dessa escola, indicou o nome de Gropius para substituí-lo. Gropius admitiu aceitar o cargo, desde que lhe fossem dados plenos poderes para reorganizar a escola. Essa reorganização previa a fusão da Escola de Artes e Ofícios e da Academia de Belas Artes numa só instituição. Inaugurou em abril de 1919 a nova escola com o nome de Das Staatliche Bauhaus Weimar.
Pelo próprio programa, a nova instituição tinha de repelir os antigos professores de Belas Artes que apenas sabiam preparar parias, indivíduos que, às vezes dotados de algum talento artístico, saíam dali ignorando todos os problemas formais e técnicos relacionados com o mundo cultural em que viviam.
Mas esse golpe de audácia não ficaria sem reação, e em breve Gropius sentiria a terrível pressão que, através dos políticos e dirigentes de indústrias, exercia-se contra a Bauhaus.
Em 1923, Gropius organizou uma exposição dos trabalhos realizados pelos alunos da escola, e lançou um manifesto em que fazia a crítica do ensino artístico da época e expunha as idéias básicas da reestruturação que propunha. Quando, em dezembro de 1924, O Governo ordenou o fechamento da escola, os alunos comunicaram ao governador que deixariam a Bauhaus, solidários com os seus dirigentes.
Com a notícia do fechamento da escola, Gropius recebe inúmeros convites de vários pontos da Alemanha para instalar a Bauhaus. Decide-se por Dessau, importante centro industrial do país, onde as aspirações da escola encontrariam melhor campo para se concretizar. Instalando-se provisoriamente nas dependências da Escola de Artes e Ofícios de Dessau e no Museu de Arte, em 1926, concluía-se o conjunto de edifícios projetado por Gropius para a sede da instituição. Esses edifícios da Bauhaus – construídos com a participação dos alunos da fase de Weimar – são hoje considerados a obra mais importante do arquiteto e um dos monumentos da arquitetura moderna.
A mudança para Dessau marcou uma nova fase da Bauhaus, não só porque, de mera criação de modelos, passou-se à realização industrial dos mesmos, como também pela revisão do programa dos cursos.
Não obstante, Gropius continua a enfrentar, além dos problemas internos da escola, a pressão exterior dos círculos reacionários de Dessau. Em 1928, renuncia definitivamente à direção da Bauhaus, Oferecendo a cabeça para salvar a instituição. Recomenda para seu sucessor o arquiteto suíço Hannes Meyer, que àquele tempo dirigia o departamento de arquitetura. Meyer continuou como diretor até junho de 1930, quando foi obrigado a exonerar-se, entregando a direção da Bauhaus ao arquiteto Mies van der Hohe.
Nesse ano, a escola transferiu-se para Berlim, fugindo à pressão política de Dessau, mas ali foi fechada definitivamente pelas autoridades nazistas em 1933.
No entender de Gropius, o ensino acadêmico alienava o artista do mundo da indústria e do artesanato, isolando-o dentro da coletividade. Era preciso lançar uma ponte entre esses dois mundos e reintegrar o artista em seu meio, reintegrando arte e artesanato, arte e indústria, num mesmo movimento produtivo. Com essa intenção, foi organizado o programa de cursos da Bauhaus.
O curso procurava libertar o poder criador do indivíduo, quebrando-lhe a visão convencional através da análise de períodos estilísticos e do estímulo a experiências e descobertas pessoais. Pelo fato mesmo de se tratar, aqui, da libertação das qualidades individuais, o curso preliminar não compreendia o trabalho em equipe, que era um dos pontos fundamentais do ensino da Bauhaus.
O problema que se põe, inicialmente, para a Bauhaus, é o de que, como ela própria reconhecia, o artesão e o artista na época moderna tinham-se isolado.
Para Gropius parecia sem sentido lançar o artista na indústria sem antes lhe dar um preparo artesanal, restabelecendo nele o elo rompido entre o trabalho artesanal e a produção industrial.
O objetivo do ensino técnico e artesanal era, pois, o de possibilitar o trabalho em equipe num alto nível estético e o de preparar o aluno para a criação de modelos para a produção em massa.
A Bauhaus propunha um conhecimento experimental e teórico das qualidades fenomenológicas da forma, da cor, do espaço.
Gropius foi muitas vezes acusado de tentar submeter a arte às limitações da máquina mas, como ele próprio disse e repetiu muitas vezes, sua intenção era preparar homens capazes de impor ao produto mecânico uma qualidade estética e com isso salvar o homem da mecanização total.
A Bauhaus afirmava que a sociedade estava enferma e que a arte dessa sociedade refletia-lhe a doença.
Para que se compreenda a influência da Bauhaus é preciso atentar para o sentido que orienta o ensino bauhausiano: a redescoberta dos elementos primeiros da linguagem visual, livres de qualquer alusão figurativa.
A Bauhaus absorveu as experiências dos artistas modernos anteriores a ela, aprofundou-as e lhes deu um fundamento e uma função prática. Tinha em vista a preparação artesanal, estética e técnica de homens que assim poderiam desempenhar mais tarde o papel de arquitetos, gráficos, etc.
Gropius recordava que ‘o propósito da Bauhaus nunca foi propagador de estilo’.
As escolas de belas artes estão mais perto do artesanato medieval do que Gropius o supunha. O equívoco dessas escolas é desconhecer o conceito novo e dinâmico de arte e de não confundi-la com o de artesanato. Daí a sua alienação cultural e social. O objetivo da Bauhaus, oculto sob muitas de suas afirmações pragmáticas, é o de instaurar o fator estético – a arte – como valor fundamental da sociedade.

Alguns nomes de professores e artistas da Bauhaus: Walter Gropius, Marcel Breuer, Wassily Kandinsky, Paul Klee, entre outros gênios.






* esse texto é um resumo de um texto que eu li na faculdade o qual, vergonhosamente, eu não lembro do nome e nem do autor.

2 comentários:

  1. E ainda por cima, Bauhaus é o nome de uma banda! Procura por uma música chamada Bella Lughosi Is Dead. É deles. Muito podre!

    By the way, boa sorte no concurso!
    ___________________________________
    TemPraQuemQuer <<< Entra!

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  2. post sobre a Bauhaus!
    hunf!
    tava nos meus planos para o Imagem, Papel e Fúria!
    grr.
    mas adorei ainda asism

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