domingo, 25 de novembro de 2007

7ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo (BIA)


Na terça-feira passada estive na Bienal de Arquitetura no Parque do Ibirapuera. Estava para escrever sobre este assunto a semana toda, mas precisa digerir um pouco.
O parque, como sempre, é um lugar maravilhoso. Projetado por Oscar Niemeyer e com paisagismo do Burle Marx (que está muito descaracterizado agora). Lindíssimo.
Cheguei no edifício da bienal, paguei minha meia entrada de estudante (para quem não sabe, estou no último ano de Arquitetura e Urbanismo) R$ 6,00 e entrei. O tema deste ano é "Arquitetura: o público e o privado". Muito coerente para o que vivemos hoje nas grandes cidades. A relação entre estes dois espaços e a sua discussão é fundamental para a convivência humana nas metrópoles.
O espaço interno da exposição foi feito pelo escritório dos arquitetos André Vainer e Guilherme Paoliello. O ponto mais importante no espaço da exposição era destacar o prédio da bienal projeado pelo Oscar. Toda a montagem estava solta das janelas, fazendo com que você consiga ver o edifício e ver a paisagem do parque. Bem interessante.

1º pavimento:

- Exposição do Concurso Internacional de Estudantes de Arquitetura.
Diversos projetos, nada muito genial.

- Exposições Institucionais - espaço destinado às instituições não governamentais.

Prefeitura de São Paulo: Várias fotos mostrando a operação "Cidade Limpa", a qual resultou na retirada de diversos outdoors, letreiros, etc., que poluíam absurdamente a paisagem urbana.

Mostra Especial - Post-it Cities: projeto desenvolvido pelo Núcleo de Pesquisa da Escola da Cidade, de São Paulo, no âmbito da rede Ciudades Ocasionales do Centro de Cultura Contemporânea de Barcelona (Espanha). Trata-se de uma mostra conceitual sobre os acontecimentos que desenham composições improváveis na cidade contemporânea. A exposição é composta por painéis fotográficos e cartográficos, além da exibição de vídeos, que mostram exemplos de post-it cities flagradas nas cidades de São Paulo, Buenos Aires (Argentina), Santiago e Valparaíso (Chile).

Arte Pública – O objetivo dessa área é pensar criticamente o modo de construção do espaço público na configuração atual do espaço urbano, nas metrópoles contemporâneas, e como as intervenções e apropriações das comunidades do entorno modificam a utilização das áreas públicas.

2º pavimento:

Salas Especiais

Oscar Niemeyer: a cenografia na "sala" em homenagem ao Oscar buscava nas suas formas as curvas dos projetos do arquiteto. Estavam expostos o projeto do Parque do Ibirapuera e alguns projetos internacionais. A parede curva com a cronologia da carreira do arquiteto com os croquis dos projetos estava muito bonita.

Paulo Mendes da Rocha: esta "sala" foi, para mim, a maior decepção nesta bienal. O arquiteto recebeu o prêmio Pritzker (equivalente ao Nobel da arquitetura) ano passado. Ou seja, sua obra é riquíssima. A homenagem se limitava ao projeto que ele fez para a pré-candidatura da cidade de São Paulo a sede dos Jogos Olímpicos de 2012.

Exposição de Arquitetos Brasileiros Convidados

Nesta parte só uns dois arquitetos se salvavam. O resto deixou muito a desejar.

Exposição Geral dos Arquitetos

Mais uma parte bem fraca da bienal. 125 projetos selecionados. Muitos projetos que já apareceram e reapareceram na mídia. A selão dos projetos também pareceu que não foi muito rigosrosa.

3º pavimento (neste ponto você já está cansado e perdendo o interesse...)

Exposição de Arquitetos Convidados Estrangeiros

Parte interessante e curiosa. É legal ver o que se está fazendo pelo mundo, as utopias e as solução para as grandes metrópoles globais. Destaque para a sala do Pascal Arquitectos do México.

Mostras Especiais Internacionais

O espaço reúne exposições brasileiras e estrangeiras sobre diferentes aspectos que tenham correlação com o tema da Bienal.


Bom, porque eu tive que digerir a bienal por tantos dias? Por que foi uma decepção. Os projetos, em sua maioria, eram repetitivos ou ruins. O espaço projetado pelos Vainer/Paollielo não fluía como deveria. Na exposição geral dos arquitetos você tem que percorrer um zig-zag que não ajuda em nada a organizar o espaço.
Para quem é leigo, a bienal é uma chatisse cansativa. O que é uma pena, pois no Brasil a ignorância do povo em relação à arquitetura boa é enorme. Esta bienal deveria ser como a de arte. De graça e muitíssimo divulgada. Mas infelizmente não é assim, e as pessoas continuam destruindo nossa paisagem com os horrendos edifícios neoclássicos (pelo menos não vi nenhum na exposição...) e achando que urbanismo é fazer viaduto e túnel.
Realmente foi uma pena. Vamos ver daqui dois anos...

Abaixo alguma fotos que eu fiz da bienal:



















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